quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Viver com a fama, morrer em directo

Lembram-se do "The Truman Show", o filme com o Jim Carrey, onde seguimos a vida de alguém sem ele saber? Bom, o caso não é tanto isso, mas quase. Jane Goody foi uma das primeiras concorrentes do Big Brother britânico. Causou polémica ao proferir declarações racistas frente a uma concorrente de origem indiana, fez sexo á frente das câmaras, entre outras coisas, e descobriu que não conseguia viver sem uma câmara a seu lado.




Agora o caso é mais dramático: Goody, de 28 anos, está a morrer. Foi-lhe detectado um cancro do colo do útero em estado avançado, e os oncologistas prevêm que não viva mais do que algumas semanas de vida. E o que vai fazer? Quer que a sua morte seja transmitida ao vivo.


A ideia dela é de arranjar dinheiro para os seus filhos. “Passei toda a minha vida adulta a falar da minha vida. A única diferença é que agora estou a falar da minha morte. Vivi em frente às câmaras. E se calhar vou morrer em frente a elas”, disse. Para já, vai casar-se este Domingo, com o também mediático Jack Tweed num luxuoso hotel em Essex, as fotografias têm já destino: foram vendidas por 790 mil euros à revista “OK!” e o acordo inclui o baptizado posterior dos seus filhos. O vestido de noiva será do estilista Manuel Mota e foi oferecido por Mohamed al Fayed, dono da Harrod´s.


Não se sabe se a morte vai ser transmitida, mas está disposto a fazer bom uso dos seus últimos dias de vida. Vai ser entrevistada pela ITV1 nas semanas seguintes, e a “Living TV”, pode pensar na ideia, já que vai transmitir a sua cerimónia de casamento. Uma coisa é certa: se levar a ideia para a frente, poderá ganhar mais de um milhão de euros, que será herdada pelos seus dois filhos. Mas mesmo assim, a ideia dela de morrer à frente das câmaras, qual "Truman Show" preverso, é eticamente inaceitável. Mas também, quem vive com a fama, bem pode morrer com ela...

1 comentário:

Abobrinha disse...

Curiosamente há um tempo li que um artista estava à procura que um doente terminal aceitasse morrer em directo. Não me lembro se era para filmar ou para expor numa galeria, mas faltava-lhe um candidato. Sei que na altura achei perfeitamente grotesco e estive para fazer um post acerca disso... estou ultrapassada!

Quanto à transmissão seja do que for com a Jane Goody... será tão interessante o que ela é na morte como aquilo que ela foi em vida. E se realmente o programa for para a frente... isso diz coisas muito más sobre os ingleses! Espero que a moda não pegue!