Um mês depois do Cardeal Policarpo ter dito que "casar com um muçulmano é um monte de sarilhos", agora vem o outro Cardeal português, o D. Saraiva Martins, a dizer que "concorda com as declarações dele", e vem dizer que a "homossexualidade não é normal".
"A homossexualidade não é normal, temos que dizê-lo (...) Não é normal no sentido de que a Bíblia diz que quando Deus criou o ser humano, criou o homem e a mulher. É o texto literal da Bíblia, portanto esse é o princípio sempre professado pela igreja", defendeu.
"[Os homossexuais] não podem providenciar a formação das crianças, porque uma criança para ser formada normalmente precisa de um pai e de uma mãe e não de dois pais ou de duas mães", indicou ontem à noite D. José Saraiva Martins, durante a tertúlia "125 minutos com Fátima Campos Ferreira", no Casino da Figueira da Foz.O religioso argumentou que o pai e a mãe "são diferentes, têm diferentes qualidades, completam-se mutuamente de uma maneira maravilhosa".
Apesar de concordar que o eventual "casamento" entre pessoas do mesmo sexo é uma questão de direitos e de leis, fora da alçada da Igreja, D. José Saraiva Martins ressalvou, porém, que numa situação "ideal", a Igreja e o Estado deveriam colaborar. "Nestes casos, neste sector em concreto, é absolutamente necessária uma colaboração sincera, autêntica e eficaz entre o Estado e a Igreja". "E pode-se chegar a um acordo, cedendo um bocadinho dos dois lados. Não é opondo-se, é colaborando, é o diálogo", acrescentou.
A Igreja Católica já devia saber há que tempos que perdeu, definitivamente, o controle sobre a sociedade. Esta sociedade do século XXI já não quer viver sobre dogmas de há séculos, com uma autoridade teocrática a influenciar o direito ou o Código Civil. O tempo em que as mulheres tinham menos direitos do que o homem, que estavam proíbidos de tudo e mais alguma coisa, já terminou, meus caros. Agora que a sociedade ocidental aprendeu a viver sem a religião (ou dizendo melhor, com outras religiões, outras visões), deve aprender e adaptar-se aos novos tempos, dando uma visão ética, que é disso que precisamos. Nós já estamos no século XXI, e a Igreja ainda está no inicio do século XX, com tendência para caminhar para trás...
Sem comentários:
Enviar um comentário