(continuação do capitulo anterior)
Pouco tempo depois, Abel e Natália estavam a caminho do centro da cidade no Mini vermelho dele, procurando por uma loja aberta. Ele vira-se e pergunta.
- Sinceramente, o que achaste dela?
- Muito estranha. A história dela, o pedido dela… tudo muito estranho.
- Ainda acho que esconde alguma coisa.
- Também acho. Acho que essa “cola” ao Javi não é inocente.
- Não, não vou por aí… acho que foi coincidência.
- Mas por outro lado… ela não quer fazer mal. Se nos quisesse, já teria feito.
- Cá para mim, acho que é uma coleccionadora.
- De quê?
- Quecas, disse, soltando uma gargalhada.
- Hmmm… obsessiva não é, caso contrário, não nos largaria. Acho cá para mim, ela quer é divertir-se, como se não houvesse amanhã?
- Não sei te responder, garota. Combinaram alguma coisa?
- Até caso em contrário, só nos vemos amanhã, no aeroporto.
- Ah pois, amanhã vais… disse, baixando subitamente o tom de voz.
Natália passa a mão pela perna de Abel e diz:
- Prometo voltar, ouviste? Quero ficar contigo para sempre.
- Espero que o teu desejo seja cumprido, afirmou não sem uma ponta de tristeza. Volta logo!
Pouco depois, Ambos chegaram ao estacionamento de um centro comercial, e subiram no elevador que os levava para o piso térreo. Lá, um grande átrio os levava para uma série de lojas de todos os tipos, desde os de roupa até aos de electrodomésticos, passando por uma livraria, uma loja de telemóveis, uma loja de bijuteria e lojas de sapatos. No andar de cima estavam as cadeias de “fast-food”, desde hamburguers até pizzas, passando por uma de comida indiana e outra de comida mexicana. Como era quase meio-dia, combinaram ir para lá depois das provas de roupa.
Ao longo do tempo, cada um para o seu lado, Abel andou a ver um ou outro calção de banho, e uns óculos de sol, enquanto que Natália provava os bikinis que via na secção de senhora. Após meia hora, Abel foi ter com Natália, que trazia, em cada mão, dois conjuntos, que variavam entre um vermelho, um multicolor, um preto e um verde limão. O que se notava era a reduzida área de cobertura, suspeitando até que eles todos fossem de fio dental. Mas depois iria ver com mais calma…
O vestiário das mulheres normalmente era concorrido, mas naquele Domingo à hora do almoço estava mais vazio do que o habitual. Abel esperava lá fora, não se atrevendo a entrar lá dentro, pois não queria ser apanhado por algum funcionário da loja. Quando a viu com o bikini verde limão, ficou deslumbrado com o resultado, e foi ter com ela. Contudo, ela virou-se e disse:
- Achas que a devo levar?
- Acho que sim, porquê?
- Ahhh… gostei do multicolor.
- E é fio dental, como este?
- São todos.
- E têm o nó aí na cintura?
- Agora tem todos.
- Ah… eu nestas coisas sou um pouco Neandertal.
- Ah, ah, ah!
- Mas estás gira… e não vais levar esses sapatos para a praia, pois não?
Natália ainda tinha os sapatos de agulha calçados. Ela responde:
- Claro que não. Compro umas… como se diz?
- Havaianas. É um termo importado do Brasil. E compra também uns “shorts”, que pelos vistos, não estais preparada para a praia.
- Huhhh… pois não.
- A t-shirt pode ficar. Mas devolves-me no final do dia.
Ela provou os fatos de banho que pode, mais os “shorts” e as havaianas. Demorou quase uma hora, algo que Abel tinha demorado quase 20 minutos, e ele tinha ido comprar umas bermudas com camuflado de tropa e umas havaianas, para além de uns óculos de sol. Antes de pagar, na caixa registadora, ela ainda teve tempo para experimentar e comprar também uns óculos de sol. Nessa incursão pelas compras, não devem ter gasto mais de 250 Euros, que apesar de ser muito, não seria possível noutros lados…
Depois de um almoço rápido, ambos pensaram em ir a casa, mas ele decidiu que o melhor seria cada um ir a uma casa de banho pública, para trocar de roupa. Como cada um tinha um saco, até seria rápido e poupava uma viagem a casa, já que Abel tinha no carro o saco com as toalhas e o protector solar, bem como uma garrafa de água de litro e meio.
Abel entrou na casa de banho dos homens, que ficava no final de um corredor estreito no mesmo andar dos restaurantes e bares, e não viu ninguém. Foi direito a um compartimento, e fechou a porta. Lá, tirou as calças e colocou as bermudas de camuflado. Depois, tirou os ténis e as meias, e calçou as havaianas, ficando contente por as colocar, pois até era uma mudança nos hábitos diários, e também, o calor a isso obrigava… Quando se preparava para sair, ouviu uma porta a abrir-se no seu lado esquerdo. Quando ela se fechou, começou a ouvir barulho de lábios a beijarem-se. Ficou espantado, mas curioso, e não fez um único barulho, porque queria ouvir o que se iria passar nos momentos a seguir. Os segundos passavam-se, mas pareciam eternidades, Dos beijos, passou a ouvir um ou outro gemido. Logo a seguir, ouviu baixinho a seguinte frase:
- Agora, chupa o meu caralho.
Abel ficou ali, imóvel, sem fazer barulho. Pensava se deveria sair dali, ou então se espreitava por um momento, para satisfazer a curiosidade, ver quem eram e o que se passava. Entretanto, o ruído de algo dentro da boca, ouvia-se quase em surdina, mas poderia ouvir-se, caso tivesse uma audição apurada. Devagarinho, tirou os chinelos e subiu, numa lentidão quase exasperante, para poder olhar, de nesga, o que se passava. Mas quando se preparava para subir, decidiu tirar o pé da tampa, e abaixar-se para ver os pés, no sentido de ter uma ideia do que se passava. Entretanto, a voz masculina dizia mais uma vez, numa voz baixinha:
- Ah, és tão bom. Queres que to enfie?
No momento em que o dizia, Abel olhou para baixo, e notou que ambos calçavam pares de ténis. Não queria dizer nada, mas tudo era possível. Mas a seguir, ouviu outra voz a dizer:
- Não, quero que agora chupes o meu caralho.
Abel tentou conter o riso. Eram dois homens a ter sexo oral numa casa de banho pública. Por aquilo que calçavam, deviam estar na casa dos 20, 30 anos. Depois de passar o momento de riso, decidiu que era altura de sair dali, pois ver dois homens não era do interesse dele. Calçou as havaianas, saiu dali pé ante pé, tentando respirar devagarinho, para não estragar aquilo que eles faziam, e quando transpôs porta fora, não resistiu a dar um sopro de alívio. Natália esperava fora.
- Então, que passa?
- Demorei um pouco.
- Porquê?
- Olha… por tudo.
- Como assim, por tudo?
- Daqui a uns minutos, explico-te. Anda, vamos para fora.
Foram para fora dali, e quando saíram do corredor, foram para um átrio onde ele poderia ver razoavelmente bem quem sairia ou entraria dali. Naquele corredor, tinham duas hipóteses: ou iam para o átrio, ou iam para os elevadores, que ficavam do outro lado. Abel virou para ela e disse:
- Fica aqui que quero ver quem eram os meninos.
- Quem eram o quê?
- Eu explico. Apanhei dois homens a fazer broches um ao outro.
Natália riu-se abertamente, à gargalhada.
- A sério? O sexo não te larga, cariño. Ou somos nós, ou são eles. Ou elas…
- Engraçado… agora espera um pouco, porque tenho curiosidade para saber quem são.
- Não devem ser nada de especial, vamos, disse Natália, que agarrou a mão dele e começou a andar para fora dali. Mas Abel segurou-a, afirmando:
- Dá mais um minuto, que eles devem sair de lá.
Ela já começava a ficar um pouco aborrecida.
- Ouve, não há nada de especial nisso. Apenas são dois homens a amar-se.
- Numa casa de banho pública? Nem eu nem tu faríamos uma coisa dessas…
- Tu podes responder por ti, agora eu não…
- Tá bem, mas tenho curiosidade.
- Ai ai. Vocês são um pouco estranhos…
- Não é estranheza. Apenas uma situação no qual fui apanhado.
De repente, a porta abriu-se, vendo dois homens a sair, um atrás do outro, ambos com um porte impressionante, de segurança. Um era mestiço, o outro mais claro. Abel espreitou o corredor, mas não se atreveu muito, para não dar nas vistas, e viu-os dirigirem-se para o elevador. Enquanto eles esperavam, reparou que um deles estendeu a mão ao bolso de trás das calças dele, e enfiou a mão. Ela viu e disse:
- Estes devem assumir mais ou menos.
- Se calhar não são de cá.
- Não, que eu os ouvi falar em português. Mas porquê fizeram ali?
- Não tinham muito tempo, se calhar…
- Queres fazê-lo ali?
- Ah, ah, ah… o que quero agora é sol e praia, afirmou Abel.
- Acho que sim, merecemos um dia de descanso.
- Mas no final do dia, tu não escapas, ouviste, afirmou, enquanto se aproximava para lhe dar mais um beijo longo nos lábios.
- Sinceramente, o que achaste dela?
- Muito estranha. A história dela, o pedido dela… tudo muito estranho.
- Ainda acho que esconde alguma coisa.
- Também acho. Acho que essa “cola” ao Javi não é inocente.
- Não, não vou por aí… acho que foi coincidência.
- Mas por outro lado… ela não quer fazer mal. Se nos quisesse, já teria feito.
- Cá para mim, acho que é uma coleccionadora.
- De quê?
- Quecas, disse, soltando uma gargalhada.
- Hmmm… obsessiva não é, caso contrário, não nos largaria. Acho cá para mim, ela quer é divertir-se, como se não houvesse amanhã?
- Não sei te responder, garota. Combinaram alguma coisa?
- Até caso em contrário, só nos vemos amanhã, no aeroporto.
- Ah pois, amanhã vais… disse, baixando subitamente o tom de voz.
Natália passa a mão pela perna de Abel e diz:
- Prometo voltar, ouviste? Quero ficar contigo para sempre.
- Espero que o teu desejo seja cumprido, afirmou não sem uma ponta de tristeza. Volta logo!
Pouco depois, Ambos chegaram ao estacionamento de um centro comercial, e subiram no elevador que os levava para o piso térreo. Lá, um grande átrio os levava para uma série de lojas de todos os tipos, desde os de roupa até aos de electrodomésticos, passando por uma livraria, uma loja de telemóveis, uma loja de bijuteria e lojas de sapatos. No andar de cima estavam as cadeias de “fast-food”, desde hamburguers até pizzas, passando por uma de comida indiana e outra de comida mexicana. Como era quase meio-dia, combinaram ir para lá depois das provas de roupa.
Ao longo do tempo, cada um para o seu lado, Abel andou a ver um ou outro calção de banho, e uns óculos de sol, enquanto que Natália provava os bikinis que via na secção de senhora. Após meia hora, Abel foi ter com Natália, que trazia, em cada mão, dois conjuntos, que variavam entre um vermelho, um multicolor, um preto e um verde limão. O que se notava era a reduzida área de cobertura, suspeitando até que eles todos fossem de fio dental. Mas depois iria ver com mais calma…
O vestiário das mulheres normalmente era concorrido, mas naquele Domingo à hora do almoço estava mais vazio do que o habitual. Abel esperava lá fora, não se atrevendo a entrar lá dentro, pois não queria ser apanhado por algum funcionário da loja. Quando a viu com o bikini verde limão, ficou deslumbrado com o resultado, e foi ter com ela. Contudo, ela virou-se e disse:
- Achas que a devo levar?
- Acho que sim, porquê?
- Ahhh… gostei do multicolor.
- E é fio dental, como este?
- São todos.
- E têm o nó aí na cintura?
- Agora tem todos.
- Ah… eu nestas coisas sou um pouco Neandertal.
- Ah, ah, ah!
- Mas estás gira… e não vais levar esses sapatos para a praia, pois não?
Natália ainda tinha os sapatos de agulha calçados. Ela responde:
- Claro que não. Compro umas… como se diz?
- Havaianas. É um termo importado do Brasil. E compra também uns “shorts”, que pelos vistos, não estais preparada para a praia.
- Huhhh… pois não.
- A t-shirt pode ficar. Mas devolves-me no final do dia.
Ela provou os fatos de banho que pode, mais os “shorts” e as havaianas. Demorou quase uma hora, algo que Abel tinha demorado quase 20 minutos, e ele tinha ido comprar umas bermudas com camuflado de tropa e umas havaianas, para além de uns óculos de sol. Antes de pagar, na caixa registadora, ela ainda teve tempo para experimentar e comprar também uns óculos de sol. Nessa incursão pelas compras, não devem ter gasto mais de 250 Euros, que apesar de ser muito, não seria possível noutros lados…
Depois de um almoço rápido, ambos pensaram em ir a casa, mas ele decidiu que o melhor seria cada um ir a uma casa de banho pública, para trocar de roupa. Como cada um tinha um saco, até seria rápido e poupava uma viagem a casa, já que Abel tinha no carro o saco com as toalhas e o protector solar, bem como uma garrafa de água de litro e meio.
Abel entrou na casa de banho dos homens, que ficava no final de um corredor estreito no mesmo andar dos restaurantes e bares, e não viu ninguém. Foi direito a um compartimento, e fechou a porta. Lá, tirou as calças e colocou as bermudas de camuflado. Depois, tirou os ténis e as meias, e calçou as havaianas, ficando contente por as colocar, pois até era uma mudança nos hábitos diários, e também, o calor a isso obrigava… Quando se preparava para sair, ouviu uma porta a abrir-se no seu lado esquerdo. Quando ela se fechou, começou a ouvir barulho de lábios a beijarem-se. Ficou espantado, mas curioso, e não fez um único barulho, porque queria ouvir o que se iria passar nos momentos a seguir. Os segundos passavam-se, mas pareciam eternidades, Dos beijos, passou a ouvir um ou outro gemido. Logo a seguir, ouviu baixinho a seguinte frase:
- Agora, chupa o meu caralho.
Abel ficou ali, imóvel, sem fazer barulho. Pensava se deveria sair dali, ou então se espreitava por um momento, para satisfazer a curiosidade, ver quem eram e o que se passava. Entretanto, o ruído de algo dentro da boca, ouvia-se quase em surdina, mas poderia ouvir-se, caso tivesse uma audição apurada. Devagarinho, tirou os chinelos e subiu, numa lentidão quase exasperante, para poder olhar, de nesga, o que se passava. Mas quando se preparava para subir, decidiu tirar o pé da tampa, e abaixar-se para ver os pés, no sentido de ter uma ideia do que se passava. Entretanto, a voz masculina dizia mais uma vez, numa voz baixinha:
- Ah, és tão bom. Queres que to enfie?
No momento em que o dizia, Abel olhou para baixo, e notou que ambos calçavam pares de ténis. Não queria dizer nada, mas tudo era possível. Mas a seguir, ouviu outra voz a dizer:
- Não, quero que agora chupes o meu caralho.
Abel tentou conter o riso. Eram dois homens a ter sexo oral numa casa de banho pública. Por aquilo que calçavam, deviam estar na casa dos 20, 30 anos. Depois de passar o momento de riso, decidiu que era altura de sair dali, pois ver dois homens não era do interesse dele. Calçou as havaianas, saiu dali pé ante pé, tentando respirar devagarinho, para não estragar aquilo que eles faziam, e quando transpôs porta fora, não resistiu a dar um sopro de alívio. Natália esperava fora.
- Então, que passa?
- Demorei um pouco.
- Porquê?
- Olha… por tudo.
- Como assim, por tudo?
- Daqui a uns minutos, explico-te. Anda, vamos para fora.
Foram para fora dali, e quando saíram do corredor, foram para um átrio onde ele poderia ver razoavelmente bem quem sairia ou entraria dali. Naquele corredor, tinham duas hipóteses: ou iam para o átrio, ou iam para os elevadores, que ficavam do outro lado. Abel virou para ela e disse:
- Fica aqui que quero ver quem eram os meninos.
- Quem eram o quê?
- Eu explico. Apanhei dois homens a fazer broches um ao outro.
Natália riu-se abertamente, à gargalhada.
- A sério? O sexo não te larga, cariño. Ou somos nós, ou são eles. Ou elas…
- Engraçado… agora espera um pouco, porque tenho curiosidade para saber quem são.
- Não devem ser nada de especial, vamos, disse Natália, que agarrou a mão dele e começou a andar para fora dali. Mas Abel segurou-a, afirmando:
- Dá mais um minuto, que eles devem sair de lá.
Ela já começava a ficar um pouco aborrecida.
- Ouve, não há nada de especial nisso. Apenas são dois homens a amar-se.
- Numa casa de banho pública? Nem eu nem tu faríamos uma coisa dessas…
- Tu podes responder por ti, agora eu não…
- Tá bem, mas tenho curiosidade.
- Ai ai. Vocês são um pouco estranhos…
- Não é estranheza. Apenas uma situação no qual fui apanhado.
De repente, a porta abriu-se, vendo dois homens a sair, um atrás do outro, ambos com um porte impressionante, de segurança. Um era mestiço, o outro mais claro. Abel espreitou o corredor, mas não se atreveu muito, para não dar nas vistas, e viu-os dirigirem-se para o elevador. Enquanto eles esperavam, reparou que um deles estendeu a mão ao bolso de trás das calças dele, e enfiou a mão. Ela viu e disse:
- Estes devem assumir mais ou menos.
- Se calhar não são de cá.
- Não, que eu os ouvi falar em português. Mas porquê fizeram ali?
- Não tinham muito tempo, se calhar…
- Queres fazê-lo ali?
- Ah, ah, ah… o que quero agora é sol e praia, afirmou Abel.
- Acho que sim, merecemos um dia de descanso.
- Mas no final do dia, tu não escapas, ouviste, afirmou, enquanto se aproximava para lhe dar mais um beijo longo nos lábios.
(continua amanhã)
Sem comentários:
Enviar um comentário