quinta-feira, 3 de julho de 2008

Abel e Natália - O dia seguinte, parte 3

(continuação do capitulo anterior)


Depois de vestidos, Abel ligou o carro e marcharam dali, rumo a casa. Pelo caminho, tinham reparado que não faltava muito para as seis da tarde, e como a hora de encontro na porta do restaurante era as oito e meia da noite, só tinham tempo para tomar banho e uma muda de roupa. Chegaram rapidamente, e foram tomar banho juntos. Apesar de ambos quisessem fazer amor ali mesmo, aguentaram-se e ficaram por lá, esfregando-se uns aos outros.


Quando Abel estava sentado na cama a vestir as cuecas, Natália reparou nele e disse:


- Porquê tu não vestes sem cuecas?
- Hã? Tu queres isso?
- Sim, quiero. Olha para mim, eu não vou usar nada por baixo, disse, quando vestia mais um conjunto, desta vez todo preto, com saia travada.


Abel repara naquilo que ela vestia, e sorriu ao ver que a aquela peça de roupa conseguia realçar as curvas do seu corpo, objecto de desejo para ele, do qual não conseguia ficar saciado. Aliás, se quisesse e ela concordasse, perferiria ficar fechado todo o resto do fim de semana para compensar os anos e anos sem ter tocado, beijado, lambido e penetrado no corpo dela. As noites que sonhou e masturbou-se a pensar nela, a sentir cada poro e cada centímetro do seu corpo, a lembrar-se dos bons tempos, tempos onde foram felizes em todos os aspectos, mas que depois do tempo em que estiveram juntos, e cada um foi para o seu lado, a distância, a falta de tempo e de paciência, em conjunto com os projectos de cada um, os separou.


Depois de pensar um pouco, Abel lá tirou as cuecas e colocou as calças. Vestiu uma camisa azul às riscas, que lhe colava ao corpo, abtoou-se até quase ao nível do peito, deixando ver um pouco os seus pêlos, algo que a deixava excitada. Quando se vestiu, ela veio ter com ele, e beijou-o longamente. Institivamente, ele a virou num gesto violento, e começou a beijar-lhe a nuca, enquanto que uma das mãos apalpava os seios e a outra se aproximava vertiginosamente da sua vagina. Ela reagiu, agarrando a mão, dizendo:


- Agora não. Depois.
- Queres onde?
- Não sei. Depois veremos.
- Não te demores a decidir.
- Vou pensar numa maneira e num lugar bom para o fazermos...


Pouco depois, sairam de casa, rumo ao restaurante. O relógio marcava as oito horas, e o sol punha-se em Coburgo. O Mini vermelho rumava à zona do porto, local onde estavam os bares e restaurantes mais "in" da zona. Não tardou muito até chegarem à porta do Restaurante Maritimo, onde os pratos principais eram à base de peixe. Sardinha, Capapau, Bacalhau, Espadarte... um pouco de tudo do mundo marinho se podia ser encontrado e confeccionado das mais diversas maneiras: cozinhado, frito, cozido, grelhado...


À hora de chegada, todos estavam à espera deles. Entraram e sentaram-se cada um nos seus lugares. Quando Abel se sentou, reparou que a disposição era exactamente a mesma do que no almoço em casa: Natália à sua direita, Fernanda, a argentina, na sua esquerda. Quando olhou para ela, ela respondeu com um sorriso, e virou-se para Javier, que estava ao seu lado. Imediatamente lembrou-se do incidente da hora do almoço, mas pouco depois, tal pensamento tinha-se varrido da sua mente, pois Natália o mimava, da mesma maneira que na hora do almoço. Mas havia uma nuance: Abel, quando podia, metia a mão em baixo e tentava tocar com os dedos, o mais discretamente possivel, na vagina dela, no sentido de a estimular. Ela deixava-o ir até onde quisesse, pois nem sempre estava disposto a deixá-lo fazer isso.


Algum tempo depois, ela levantou-se para ir à casa de banho. Rumou para lá, e entrou para outra porta, que a levava directamente para a sanita. Entrou, e quando estava prestes a fechar a porta, sente-a a abrir com força. Espantada, virou-se e viu que era Fernanda.



- Que é isto?
- Queria falar contigo.
- Tá bem, mas não podia ser lá fora?
- Queria apanhar-te a sós, mas nunca tenho oportunidade de o fazer. Estás sempre com o teu novo namorado.
- Novo não, é um ex.
- Não voltaram?
- Veremos...
- Então, não te importas que faça um favor?
- Qual?
- Tenho estado a observá-los.
- E então?
- E tem sido bom?
- Como? estranhou Natália
- O sexo.
- Não tens nada a ver com isso, avisou Natália, também não te pergunto como andas a foder com Javi... ou com os outros que andas a fazer.
- Ah... pensava que não tinhas tempo para ver isso.
- Mas mesmo assim, estou com uma estranha sensação de que tu vieste aqui para propor algo louco. Estarei certa?
- Mais ou menos.
- Queres a ele?
- Não, não quero, embora seja giro: moreno, não muito alto...
- Então queres a mim?
- Mais ou menos, também tens umas tetas que gostava de chupar.
- Mais ou menos? Decide-te.
- Quero ficar convosco esta noite.
- Hã? Hahahahaha... desatou Natália a rir. E para que é que eu, ou o meu namorado te queremos?
- Quero vos ver a foder.


Natália parou. A frase que ela disse fê-la calar-se naquele momento. A proposta dela parecia tê-la atingido um nervo qualquer, ou alguma fantasia que tenha no seu subconsciente. Quem seria aquela mulher, que pouco a conhecia, que não sabia de onde viera, que pensava que era a nova namorada de outro bom amigo, mas afinal vira outra coisa... tudo passa por aquela cabeça naquele momento.



- Então, sim ou não?
- Veremos. Vou falar com ele. Vamos a ver se alinha. Agora desculpa, vou fazer um xixi.


Fernanda sorriu. Aquela mulher estranha, de olhos castanhos, cabelo castanho apanhado por trás, média estatura, com um brinco no nariz e mais cinco na orelha esquerda, unhas pintadas de vermelho cereja, quer nas mãos, quer nos pés. Vestia um conjunto cinzento brilhante, provavelmente sem nada por baixo, e tinha umas sandálias castanhas escuras, muito parecidas com as que Natália tinha, provavelmente até seria da mesma marca. Natália sentou-se na sanita fez aquilo que a Natureza mandava, enquanto que Fernanda a observava. Ela estava intrigada com a proposta da estranha: querer ver um casal a ter relações sexuais. Provavelmente queria masturbar-se, ou será que pretendia mais outra coisa. A ideia de uma relação a três era um pouco perturbadora. Não é que quisesse, mas neste momento, o que queria era ele e só ele.


Levantou-se, e quando abaixava a saia, Fernanda disse:


- Para, posso ver isso?
- O quê?
- Isso que tens em baixo.


Natália reparou que ela queria ver a tatuagem que tinha na zona vaginal. um pouco a medo, ela mostrou-o. Fernanda abaixou-se para a poder ver com os seus olhos o coração em chamas cravado na pele, e viu aquilo com um sorriso nos lábios.


- Bonito. Tenho que fazer uma aí
- Ah... tens alguma.
- Tenho, e não só.


Fernanda virou-se e podia ver-se no seu ombro esquerdo um anjo, daqueles que se vêm nas pinturas do período da Renascença. No fundo das costas, ela tinha uma tribal, aquilo que se vê na maior parte das raparigas de hoje em dia, de tão comum que se tornou. Mas tinha mais coisas para mostrar, e para provar isso, tirou a roupa que tinha vestido. Era uma mulher com joias, mais concretamente quatro: duas nos mamilos, um no umbigo e a outra no clitoris. Quando viu a última, declarou:


- Deve ter doído.
- Sim, mas o prazer é maior. Agora quero tirar gordura da perna para meter nos meus lábios, quero ter o prazer total.


Natália olhou aquilo entre o incrédulo e o fascinante. O que disse a seguir foi-o no momento:


- Posso tos chupar?
- Com certeza.


Natália sentou-se de novo na sanita, e Fernanda sentou-se ao colo dela. Ela começou a passar a lingua num dos mamilos, concentrando-se naquilo que fazia. Fernanda, fechava os olhos e excitava-se com aquilo que lhe fazia. Logo a seguir, segura a mão no queixo de Natália e começam a beijar-se apaixonadamente na boca. A coisa não demorou muito, pois ela acordou para a realidade, e disse:


- Aqui não, veremos depois.
- O que, não gostas de mulheres?
- Já tive as minhas quecas com meninas, mas agora deixei disso. Se portares bem e se ele gostar, vais ter o que tu queres. Mas não te esqueças: ele é meu.
- Sim senhora, respondeu, fazendio a continência.
- E depois, vais me dizer o que fazes aqui e porque me queres.
- Saberás tudo a seu tempo, querida.


Natália abriu a porta, e deixou Fernanda sair. Ficaram no lavatório, onde lavaram as mãos, e ela disse:


- Para todos os efeitos, tu esperas um bocadinho. Não quero sair ao mesmo tempo do que tu, para os outros não ficarem com ideias.
- Muito bem. Eu espero.


Natália sai dali calmamente, olhando para Fernanda. Esta segue-a com os olhos, esboçando um leve sorriso. Parecia que tinha festa garantida para o resto da noite...


(continua amanhã)

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