sábado, 17 de janeiro de 2009

Walter Cronkite e o jornalismo americano do século XX (Parte VI)




O ano de 1972 era de eleições. Richard Nixon procurava a reeleição, para ser o homem que ficaria à frente dos destinos da Nação no ano do Bicentenário. O Nixon público era completamente diferente do Nixon privado, obcessivo com tudo e com todos, trapaceiro, paranoico, oportunista, e que não olhava a meios para chegar a fins.



De Junho a Outubro, pouco se ligou ao escândalo, pelo menos fora de Washington e do "Washington Post" (Carl Bernstein e Bob Woodward estavam na secção da cidade, um departamento mais secundário). Era ano de eleições, e Nixon ia a caminho de uma assegurada reeleição, contra um candidado democrata, George McGovern, demasiado fraco, com uma agenda demasiado radical, logo, impotente para conter a "maré vermelha". Mas poucos dias antes da reeleição, a 27 de Outubro de 1972, Walter Cronkite apresentava uma matéria especial de 14 minutos (longo, muito longo para televisão) sobre o Caso Watergate, e demonstrava ao país a profundidade que este simples assalto à sede do Partido Democrata tinha. E ia, depois viu-se, até ao topo.







Se hoje em dia se louva Bob Woodward e Carl Bernstein pelo seu trabalho no deslindar do escândalo, e se refere Mark Felt (1913-2008) como a sua maior fonte (o famoso "Garganta Funda"), não se pode esquecer que Walter Cronkite também deu um empurrãozinho na divulgação, via TV nacional, do escândalo mais famoso da segunda metade do século XX.

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