quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Walter Cronkite e o jornalismo americano do século XX (parte IV)




O ano de 1968 já tinha chegado a meio, e o mundo andava em sobressalto. O Vietname era um atoleiro, Martin Luther King fora assassinado, e a campanha presidencial desse ano estava ao rubro, não tanto como o que se passa hoje. A campanha, apesar de ter todos os moldes que tem hoje, o momento decisivo não era em Março, mas sim em Junho, com as Primárias na California. E como depois da renuncia de Lyndon Johnson, era uma corrida aberta entre democratas, enquanto que no campo republicano, depois do fracasso que foi o extremista Barry Goldwalter, escolhiam um candidato mais consensual, o ex-vice presidente Richard Nixon, que fora derrotado por John F. Kennedy oito anos antes.



No caso democrata, três nomes sobressaiam: o vice-presidente de Johnson, Eugene McCarthy, o senador do Minessota, Humbert Humpfrey e o Senador por Nova Iorque Robert Fitzgerald Kennedy (RFK). Fizera campanha prometendo que assim que fosse persidente, iria trazer os soldados para casa. Anti-guerra, mais liberal que o seu irmão, também tinha experiências governaticva, como Secretário da Justiça, onde ficou mesmo depois da morte do seu irmão. Afastou-se do Governo para se candidatar a Senador por nova iorque, onde ganhou. E em Março de 1968, desafiando Johnson, anunciou a sua presidência.



A luta era renhida, e RFK perdeu alguns estados para Humpfrey, e tudo se jogava naquela solarenga tarde de Junho. E outro candidato estava na liça, e o natural favorito: o então vice-presidente, Eugene McCarthy. Antes da eleição, McCarthy estava na frente, mas uma vitória decisiva, numa contagem onde era "winner takes all", mesmo com um voto a mais, para Kennedy, significava que estava numa posição de força para a Convenção Democrata, em Chicago, marcada para Agosto. E nessa altura, as Convenções eram para valer, e não o "show-off" que estamos habituados a ver, pois nessa noite, Johnson dera ordens expressas a McCarthy e Humprey para que se juntassem, no sentido de derrotar RFK na corrida presidencial.


E na noite em que RFK faz o discurso de vitória e diz "agora vamos para Chicago", parecia que ele tinha o impulso para conseguir um milagre, que era a nomeação democrata, contra Nixon. Mas o destino foi cruel: um desiquilibrado de 21 anos de origem palestiniana, Shiran Shiran, aponta uma pistola à nuca de RFK e atinge-o mortalmente na cabeça. Resiste por um dia, mas morre na madrugada de terça-feira. O pais estava mais uma vez em choque.

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