O polémico politico austriaco Joerg Haider morreu esta madrugada em Klagerfurt, vitima de um acidente de viação, quando conduzia o seu carro, um Volkswagen Phaeton. Tinha 58 anos.
Segundo as primeiras indicações, Haider, que era o governador da Carinthia, a provincia mais a sul da Austria, circulava sozinho a bordo da sua viatura de serviço no sul da capital da Caríntia quando sofreu um despiste por uma razão ainda desconhecida. Curiosamente, horas antes, esteve na festa de um "cabaret" local, e no dia seguinte, ia festejar os 90 anos da sua mãe...
Joerg Haider era uma figura bastante polémica. Populista, com simpatias pela extrema-direita, filho de ex-membros do Partido Nazi, nunca escondeu a sua simpatia pelos ideais, embora não os advogasse abertamente. O seu envolvimento na politica começara bem cedo. Em 1970, aos 20 anos, e enquanto estudava Direito em Viena, tornou-se lider juvenil da FPÖ (o partido de sua eleição por muitos anos), e nove anos depois, era o mais jovem deputado no Parlamento austriaco. Dez anos depois, tornou-se Governador da Carinthia, o estado mais a sul da Austria, onde ficou durante dois anos. Voltou em 1999 ao cargo, onde ficou até à sua morte.
O seu carisma fez com que se notasse na politica do seu país, e depois no resto da Europa. Em 2000, depois das eleições legislativas, o partido vencedor, o Partido Popular Austriaco, do conservador Wolfgang Schussel, coligou-se com Haider para formar governo. Ele não tomou qualquer cargo ministerial (perferiu ficar na Carintia), mas a União Europeia, ainda a 15, decidiu suspender, num gesto inédito, a Austria, por seis meses.
Os seus detractores acusavam-se de ser xenófobo e egolatra narcisista. Certo dia, elogiou a politica laboral do III Reich, que aumentou ainda mais a sua hostilidade. Chamou Jacques Chirac, então presidente francês, de "Napoleão de Bolso", e Joscka Fischer (ministro dos Estrangeiros alemão no consulado de Gerhard Scroder) de "terrorista de esquerda", entre outros mimos. Era contra a entrada da Turquia na União Europeia, e defendia restrições, senão a expulsão, de emigrantes vindos desse país.
Mas isso tudo não era, muitas das vezes, uma forma de não abandonar as páginas dos jornais. Aliás, adorava dar nas vistas, com a sua pele bronzeada e o seu gosto por Porsches. Exemplo disso? Em 2003, poucos meses antes da II Guerra do Golfo, deslocou-se de propósito a Bagdad para falar com Saddam Hussein.
Este tipo de jogadas encolerizou os membros do Partido Liberal, e em 2005, saiu do partido, deixando-o às mãos de outro populista mais jovem, Heinz-Christian Strache. Pensavam que seria a fim de Haider, mas este fundou um novo partido, o Aliança para o Futuro da Austria (BZO) e no passado dia 28 de Setembro, surpreendeu tudo e todos, ao conseguir 10,43 por cento, e passando de sete para 21 assentos. Mas isso foi metade da surpresa, pois os Liberais de Strache obtiveram 17,5 por cento dos votos, e passaram de 21 para 34 lugares. Já agora, metade dos votos que ambos os partidos conquistaram vieram de eleitores entre os 16 e os 29 anos. Significativo, hein?
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