Em alturas de crise, pouco ou nada foi dito sobre a "Semana Nobel", que está a passar agora. Sabe-se que houve japoneses, americanos, franceses (Luc Montaigner, um dos descobridores do virus HIV, foi contemplado com o Nobel da Medicina), E esta manhã, soube-se quem ganhou o Nobel da Paz. Foi o ex-presidente da Finlândia, Martti Athisari.
O Nobel da Paz, atribuido pelo Parlamento norueguês, em Oslo (ao contrário dos outros, que são anunciados em Estocolmo) foi atribuido "pelos seus importantes esforços, em vários continentes e durante mais de três décadas, para resolver conflitos internacionais", comunicou hoje o presidente do Comité Nobel, Ole Danbolt Mjoes. "Ahtisaari é hoje um excelente mediador internacional. Através dos seus incansáveis esforços e bons resultados, mostrou qual o papel que a mediação pode desempenhar na resolução de conflitos. O Comité Nobel Norueguês expressa a sua esperança em como outras pessoas possam inspirar-se nos seus esforços e nos seus resultados", concluiu o Comité.
Athisaari, de 71 anos, é diplomata de longa carreira, com muito trabalho ao serviço da ONU. Foi embaixador em Africa nos anos 70, esteve envolvido no processo da independência da Namibia, em 1989-90, como o Alto Comissário das Nações Unidas. Fez, desde 2000, altura em que abandonou a presidência do seus país (um cargo cerimonial), um acordo de paz entre o governo indonésio e os ex-rebeldes maoístas independentistas do Movimento Aceh Livre, pondo fim a um conflito que fez cerca de 15 mil mortos desde 1976. Depois, foi o enviado-especial da ONU a vários locais problemáticos, como o Kosovo, Asia Central, Iraque, entre outros.
Em 2003, foi o presidente da Comissão de Inquérito que investigou o ataque à bomba contra o quartel-general da ONU no Iraque, em 2003, que matou 22 pessoas, incluindo o chefe da missão, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello. Através do seu inquérito, que concluiu que a segurança em Bagdad era “disfuncional” e “desleixada”, levou a que o então secretário-geral da ONU Kofi Annan propusesse um reforço de 97 milhões de dólares para o sector da segurança do corpo de funcionários das Nações Unidas.
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